Liberdade de expressão

“É fácil submeter povos livres: basta retirar – lhes o direito de expressão”. Marechal Manoel Luís Osório, Marquês do Erval -15 de abril de 1866

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19 julho, 2015

ENCONTROS CASUAIS E CAUSAIS




Em uma terça-feira, eu olhava vitrinas no Iguatemi em busca de presente para minha mulher, quando, atrás de mim, uma voz inconfundível diz: “E aí, guri?”. Era o Lauro Quadros. Por essas coisas do coração, emocionei-me ao vê-lo. Abracei-o com força. Sinto do Lauro e do Polêmica uma saudade real. Concordávamos em poucos temas debatidos em seu programa. Apenas na fé católica, talvez. Mas a relação que mantínhamos, a frequência com que me convidava, ano após ano, levou-me a admirar o profissional competente, a memória, a presença de espírito e a pluralidade de assuntos em relação aos quais navegava com segurança. Sei que nós queremos bem, e isso foi dito terça, naquele breve encontro casual.

Há alguns anos, na fila de entrada da Nôtre Dame, alguém, perto de mim, dirigindo-se em castelhano a um grupo, indagou: “A donde vamos después?”. Voltei-me em sua direção sabendo que aquela voz só poderia ser de Marta, prima santanense a quem não via há algumas dezenas de anos. E era.
Encontros casuais são assim. Por isso, não consigo imaginar Dilma chegando à cidade do Porto, rumo a Moscou e dando de cara com o presidente do nosso STF, no balcão do Sheraton (ou terá sido no fitness center do hotel?): “Olá, Ricardo! Tu por aqui?”. Voltando-se surpreso, o prestimoso Ricardo: “Dilma! Que surpresa! Precisamos conversar”. E ambos, em companhia do também fortuito José Eduardo Cardozo, vão para uma sala reservada tratar de misteriosas banalidades.

Quando li a notícia, ocorreu-me propor _ “Contem outra!” _, mas imediatamente dei-me conta de que qualquer outra seria muito menos pitoresca. Tudo foi feito para evitar a presença de repórteres e fotógrafos. A escala não constava da agenda, foi anunciada poucas horas antes do pouso do avião. Vire o Google pelo avesso. Nem nos jornais locais, encontrará uma única imagem da presidente na cidade onde pernoitou! Nenhum registro do encontro. Nada de nada. Euzinho tenho mais fotos na bela cidade portuguesa do que a presidente. Em viagem oficial à reunião dos Brics, Dilma desce, quase incógnita, à moda Tartuffe, na cidade do Porto e vai, justamente, para o hotel onde está Ricardo, o poderoso presidente do STF.

Isso aconteceu no dia 7. No dia seguinte, a presidente pronunciaria aquela frase que ingressará no rol das mais exóticas de nossa história. Junta-se à do jovem dom Pedro, quando decidiu permanecer no Brasil se isso fosse para a felicidade do povo. Horas depois de conversar com o amigo Ricardo, Dilma saiu-se com esta: “Eu não vou cair. Eu não vou, eu não vou. Isso aí é moleza, é luta política”. Esse encontro foi causal.

(Percival Puggina)

Domingo, 19 de julho, 2015

18 julho, 2015

PARA ESPECIALISTAS, LULA PASSOU DOS LIMITES




Durante comício na cidade de Campinas (SP), no último sábado, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva esbravejou declarações agressivas contra a imprensa que causaram indignação em vários setores da sociedade. Temendo que a ligação de sua candidata à Presidência da República, Dilma Rousseff, com a ex-ministra Erenice Guerra, envolvida em escândalos na Casa Civil, causasse reflexos na corrida eleitoral, Lula acionou o botão de emergência.

Em um discurso inflamado, atacou os veículos de comunicação, classificando-os como destiladores de ódio e mentira. "O que eles não se conformam é o pobre estar conseguindo enxergar com os seus olhos, não precisa do tal do formador de opinião pública. Nós somos a opinião pública e nós mesmos nos formamos", disse. De acordo com especialistas consultados pelo site de VEJA, Lula passou dos limites quando deixou a emoção dominar suas palavras em cima do palanque.

Especialista em direito eleitoral e secretário-geral da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Marcus Vinicius Furtado Coelho acredita que Lula tem desviado o foco da questão ao atacar a imprensa em vez de discutir o mérito das denúncias contra integrantes de seu governo. "Ele é hábil com as palavras e acaba dirigindo o debate para o papel da imprensa, quando uma investigação deveria ser discutida". Para Coelho, um comentário do presidente deve ser encarado com cautela. "Lula fala do alto de sua popularidade e acaba se convencendo de que a opinião dele é a da maioria do povo, mas a verdade é filha do tempo, não da autoridade, como disse Abraham Lincoln", rebate o secretário-geral da OAB.

Professora de direito eleitoral da Universidade de São Paulo (USP), Monica Herman Caggiano considera a fala do presidente um "discurso típico de comício" e defende que ele demonstrou ter medo da crítica. "Na realidade, ele não está no ataque, mas na defesa. Criticou a imprensa porque se sentiu incomodado e com medo de que as denúncias atinjam a campanha".

Já o professor de Relações Internacionais da Universidade de Brasília (UnB), Antonio Jorge Ramalho, acredita que esse tipo de "opinião inflamada não vai modificar o processo eleitoral". "Quando Lula afirma que "nós somos a opinião pública", explica Ramalho, ele está querendo associar-se ao povo mais pobre. "Mas não concordo com essa declaração, pois sempre haverá formadores de opinião, pois essa é uma responsabilidade das lideranças sociais, e não só políticas".

Reações petistas - Lula não chegou a declarar, em público, aquilo que disse o ex-ministro da Casa Civil e deputado cassado José Dirceu, um dos réus do processo do mensalão. Em evento com sindicalistas em Salvador (BA), Dirceu afirmou que há "excesso de liberdade e do direito de expressão e da imprensa". A frase resume o pensamento da esquerda brasileira a respeito do assunto.(Fonte: Veja)

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Sábado, 18 de julho, 2015