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Operação Lava Jato quer saber de onde especificamente a Odebrecht tirou
dinheiro para pagar palestras do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e
fazer doações ao Instituto Lula. O delegado Dante Pegoraro pediu ao setor
técnico da PF que analise as bases de dados dos sistemas My Web Day e Drousys,
usados pelo setor de propinas da empreiteira na organização dos repasses, para
tentar descobrir se há neles indicações sobre quais “centro de custos” foram
responsáveis pelos pagamentos das palestras e doações – isto é, a qual obra ou
empresa do Grupo Odebrecht o dinheiro está vinculado.
Pegoraro
informou ao setor técnico que o Sistema de Movimentação Bancária da PF
identificou seis transferências da Construtora Norberto Odebrecht ao Instituto
Lula, no valor total de 4,6 milhões de reais, entre maio de 2011 e março de
2014.
No
documento, o delegado da PF afirma ainda que devem ser consideradas
“declarações de Marcelo Bahia Odebrecht no sentido de que os valores doados ao
Instituto Lula, embora as doações tenham sido feitas oficialmente, foram
abatidos do saldo da ‘conta Amigo’, constante da ‘Planilha Italiano’,
controlada pela equipe de Operações Estruturadas”. A planilha a que o delegado
se refere tratava sobre valores de propina devidos pela Odebrecht ao PT,
administrada por executivos do setor de propinas da empreiteira e o ex-ministro
Antonio Palocci, o “Italiano”, e “Amigo” era o codinome de Lula.
O
ofício com pedido de informações foi assinado pelo delegado em 16 de maio, no
âmbito de um inquérito que investiga as palestras e doações ao Instituto Lula,
e não havia sido respondido até o dia 24 de junho, véspera do encerramento das
apurações. Na última terça-feira, 2, Dante Pegoraro assinou um despacho
informando a “necessidade de prosseguimento das investigações, cujas
diligências se encontram em andamento”. (Veja)
Quinta-feira,
04 de julho, 2019 ás 11:00