Em
reunião realizada na tarde de quinta-feira(15/12), a direção executiva nacional
do PSDB decidiu prorrogar até maio de 2018 o mandato do senador Aécio Neves
(MG) na presidência da legenda. Foram 29 votos a favor, dois contra e uma
abstenção, do próprio senador mineiro.
A
decisão foi tomada após um acordo entre Aécio e o chanceler José Serra e
desagradou o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin. Os três tucanos disputam
a vaga de candidato ao Palácio do Planalto em 2018.
Os
dois votos contrários foram dos deputados Silvio Torres (SP), secretário-geral
do PSDB, e Eduardo Cury (SP). Ambos são aliados de Alckmin. Em sua intervenção,
Torres tentou reduzir o prazo da extensão do mandato e propôs que Aécio
comandasse a sigla até janeiro de 2018, mas foi derrotado.
'Complicado'
Para
Aécio, o ano de 2017 será "complicado". "É algo (prorrogação de
cargo) absolutamente convergente e que vem retirar da pauta, da agenda de 2017,
ano que sabemos que será extremamente complicado, qualquer tipo de disputa e
desentendimento dentro do partido."
A
reunião, realizada na sede da legenda em Brasília, foi comandada pelo próprio
senador. A decisão também contou com a consentimento do ex-presidente Fernando
Henrique Cardoso, que enviou carta à Executiva.
A
extensão do mandato consta no estatuto da legenda que prevê, após vencidos os
dois primeiros anos, a prorrogação por mais um. Essa não será a primeira vez
que um tucano terá a permanência no comando da legenda prorrogada. De 1991 para
cá, também recorreram ao estatuto para se manter no cargo os atuais senadores
José Anibal (SP) e Tasso Jereissati (CE), o ex-governador Teotonio Vilela Filho
e Sérgio Guerra, falecido em 2014.
Com
a decisão desta quinta, a escolha da nova cúpula do PSDB deverá ocorrer apenas
cinco meses antes da próxima disputa presidencial de 2018. Apesar do calendário
apertado, Aécio minimizou qualquer possibilidade de um racha nos meses que
antecedem a próxima eleição. "Por mais que haja uma torcida por divisões,
nós em todas as eleições presidenciais, sem exceção, caminhamos juntos. Não
houve sequer disputa em convenção. Não acredito que isso ocorrerá. A partir do
ano de 2017, acho que vai amadurecer dentro do PSDB o sentimento de quem é
aquele companheiro que tem as melhores condições de disputar e vencer as
eleições", ressaltou senador.
Sexta-feira,
16 de dezembro de 2016