Liberdade de expressão

“É fácil submeter povos livres: basta retirar – lhes o direito de expressão”. Marechal Manoel Luís Osório, Marquês do Erval -15 de abril de 1866

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27 novembro, 2011

Danúbia Rangel: do luxo na Rocinha a uma cela de presídio


É como ir do paraíso ao purgatório em pouco tempo. Danúbia de Souza Rangel, conhecida como "A xerifa da Rocinha" durante o domínio do traficante Antônio Bonfim Lopes, o Nem, que durava desde 2005 e acabou em novembro deste ano, deixa uma vida de luxo e agora habita uma cela no presídio Bangu 7, na Zona Oeste do Rio.

As imagens que Danúbia fazia questão de exibir mostram uma vida de muita ostentação dentro de uma favela onde a grande maioria vive de forma humilde e com quase nenhum luxo. O repertório conta até mesmo com passeios de helicóptero e lancha. Joias, muito ouro, bebidas caras, tudo bancado pelo tráfico de drogas. Apesar de ser amante de Nem, Danúbia aparece em fotos beijando outros homens.

Informações não confirmadas pelas autoridades, mas também não desmentidas, dão conta de que o faturamento com a venda de drogas na comunidade chegava a pouco mais de R$ 100 milhões por ano. Em depoimento logo depois de ser preso, Nem afirmou que metade deste valor ia para a propina de policiais civis e militares.

E os R$ 50 milhões que restavam eram gastos sem qualquer receio, como mostram as fotos da loira. Diferentes festas e ambientes retraram um pouco de como era a vida de Danúbia e dos traficantes, que durante muitos anos viveram tranquilamente dentro da favela com subornos a policiais e o abastecimento de fieis usuários de drogas.

O advogado da "xerifa" entrou com pedido de habeas corpus que foi negado prontamente. Danúbia foi para o IML neste sábado, onde realizou exame de corpo de delito. Em seguida, foi direto para Bangu, onde o luxo fica para trás e agora ela precisará se acostumar com uma realidade totalmente diferente.


O desafio das autoridades a partir da retomada de território é manter o crime organizado longe da Rocinha enquanto não é instalada uma Unidade de Polícia Pacificadora (UPP). Muitos foram presos, outros tantos fugiram e uma grande quantidade ainda pode estar dentro da favela.

A operação das Forças de Segurança reconsquistou o território da Rocinha no dia 13 de novembro, sem encontrar resistência dos traficantes. A esta altura alguns dos principais chefes já haviam sido presos, especialmente Nem, pego num porta-malas de um carro na Lagoa, na Zona Sul.

Antônio Bonfim Lopes, que sucedeu Bem-Te-Vi, na época também o bandido mais procurado do Rio, não reagiu ao ser preso, e disse até que iria se entregar. O casal agora está separado e sem a riquiza que o cercava. Nem sabia que mais cedo ou mais tarde seria morto ou preso. Talvez só não imaginasse que seria tão cedo. Nem Danúbia, que no momento da prisão na última sexta-feira estava num salão de belezas da comunidade.

Domingo. 27/11/2011ás 16:05h
Postada pela redação