Liberdade de expressão

“É fácil submeter povos livres: basta retirar – lhes o direito de expressão”. Marechal Manoel Luís Osório, Marquês do Erval -15 de abril de 1866

Seja nosso seguidor

Seguidores

04 fevereiro, 2017

LEI QUE PODE DAR R$ 90 BILHÕES ÀS OPERADORAS É ENCAMINHADA À SANÇÃO




Encaminhado à sanção, o projeto que estabelece o novo marco regulatório das telecomunicações não deverá ser devolvido para novas discussões dos senadores. Caso a nova lei seja sancionada, as operadoras de telefonia poderão ficar com quase R$ 90 bilhões em bens que hoje pertencem à União.

O projeto de lei 79/2016, que reformula a lei que regula o setor de telecomunicações, em vigor desde 1997, coloca um ponto final na polêmica que envolve os chamados “bens reversíveis” da telefonia fixa. Pelas regras atuais, todos os ativos públicos - como equipamentos e prédios, por exemplo - e que foram concedidos às operadoras durante a privatização no setor, deveriam retornar às mãos do governo em 2025, quando acabam as concessões atuais.

A lei, no entanto, passa todos esses ativos para as mãos das empresas. Em troca, elas se comprometeriam em fazer investimentos equivalentes. Em vez de novas concessões, o governo permite ainda que elas solicitem apenas uma autorização para prestar seus serviços.

O encaminhamento da proposta ocorreu na última quarta-feira, 1, pelo senador Renan Calheiros (PMDB-AL), um dia antes de ele deixar a presidência do Senado. O texto, atualmente, se encontra em cima da mesa do ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha.

Inicialmente estava previsto que a proposta seria reencaminhada para o Senado para ser submetida à votação no Plenário da Casa, uma vez que foi enviada à sanção após de ser discutida apenas na Comissão Especial do Desenvolvimento

Antes da votação por parte dos integrantes do colegiado, a proposta também foi aprovada pela Câmara.

Questionado sobre os próximos passos da proposta, se ela será devolvida ao Senado; vetada; vetada parcialmente ou sancionada, Padilha respondeu: "Vamos estudá-la e sancionar com vetos ou integralmente. Veremos". O ministro não mencionou a possibilidade de reenvio para o Congresso.

Eliseu Padilha, que embarcou na quinta-feira, 2, para o Rio Grande do Sul, deve retornar na próxima semana a Brasília, para se reunir com a equipe técnica da Casa Civil e tratar do tema. O prazo para sanção da proposta expira no próximo dia 20 de fevereiro.

O tema, considerado polêmico, ainda pode ter desdobramentos no Judiciário. Contrários à forma célere como foi votada a proposta, integrantes da oposição apresentaram um mandado de segurança no Supremo Tribunal Federal (STF), pedindo a suspensão da tramitação do projeto, que modifica a Lei Geral das Telecomunicações. (AE)

Sábado, 4 de fevereiro de 2017 ás 10hs50

03 fevereiro, 2017

COMO TEORI, MINISTRO EDSON FACHIN TEM PERFIL DISCRETO



Edson Fachin, novo relator da Lava Jato, chegou ao Supremo Tribunal Federal há pouco mais de um ano e meio. O "novato" na Corte é também o mais recente integrante da Segunda Turma, a qual pediu para integrar após a morte de Teori Zavascki. Como jurista, Fachin desenvolveu trabalhos na área do direito civil e sua atuação no campo penal - e, portanto, a forma como vai tocar a investigação de corrupção na Petrobras - é considerada uma incógnita.

Em decisões emblemáticas sobre casos que passaram pelo plenário, Fachin acompanhou Teori e a maioria: para afastar Eduardo Cunha (PMDB-RJ) do mandato de deputado, retirar de Sérgio Moro investigações que envolviam o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e permitir o fatiamento de braços da Lava Jato a outras jurisdições.

Semelhança

Discreto, Fachin é visto como nome consensual dentro do STF: evitou polêmicas no curto período de Corte, manteve a sobriedade em momentos de intenso assédio da imprensa e se aproximou de Teori. Interrompeu as férias na Alemanha para embarcar para o enterro do amigo em Porto Alegre, onde se emocionou.

Ao ser escolhido para o STF, interlocutores de Dilma diziam que a presidente viu em Fachin uma mistura de suas duas indicações imediatamente anteriores: Teori e Luís Roberto Barroso. No STF, os três conversavam sobre questões do tribunal e pensavam em uma reformulação interna para que a Corte seja mais eficiente e ágil.

É considerado por integrantes do seu gabinete "workaholic" e bem-humorado. O nome de Fachin foi cotado para o tribunal já na época do governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, mas só foi consolidado na última indicação que poderia ser feita por Dilma.

Fachin enfrentou resistência no Senado - era considerado nome ligado a movimentos sociais e foi filmado pedindo votos para a Dilma em 2010. Tudo isso fez com que o Planalto, na ocasião, contasse com um voto favorável de Fachin na definição do impeachment. Ele, no entanto, validou o rito do algoz de Dilma, o então presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB-RJ). (AE)

Sexta-feira, 3 de fevereiro de 2017 ás 00hs00