Liberdade de expressão

“É fácil submeter povos livres: basta retirar – lhes o direito de expressão”. Marechal Manoel Luís Osório, Marquês do Erval -15 de abril de 1866

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15 novembro, 2015

TRABALHO INFANTIL SOBE, BRASIL ENVELHECE; VEJA DADOS DO IBGE




O IBGE divulgou sexta-feira(13) a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios de 2014

O IBGE divulgou nesta sexta-feira a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios de 2014 (Pnad), a principal pesquisa demográfica que realiza a cada ano – e que oferece um raio-X sobre a população brasileira.

A pesquisa abrange desde tendências na forma de os brasileiros declararem sua cor ou raça a índices de desigualdade de renda, disparidade regional de taxas de ensino e quantos brasileiros têm saneamento, televisão ou internet em casa.

Para chegar aos números abaixo, o instituto entrevistou mais de 362 mil pessoas em mais de 151 mil residências brasileiras, distribuídas por todos os Estados do país.

Confira, a seguir, dez mudanças na população apontadas pelo levantamento.


1. O Brasil continua envelhecendo

A tendência vem sendo observada ano a ano. Em 2014, a população chegou a 203,2 milhões de pessoas, e indivíduos com mais de 60 anos representavam 13,7% do país. É um aumento de 0,7 ponto porcentual em relação a 2013.

A proporção em si não é gritante, mas o movimento vem sendo contínuo e acompanha uma redução pequena, porém também constante, do número de jovens. Enquanto o número de idosos subiu, o de pessoas com menos de 24 anos caiu 0,8 ponto porcentual, passando a representar 38% da população.

Para fins de comparação, em 2004 a população acima de 60 anos era de 9,7%.

2. Mais de 80 milhões vivem fora de sua cidade natal

A mobilidade pelo país, seja impulsionada por emprego, ensino ou outros motivos, faz com que mais de 80 milhões de brasileiros vivam fora das cidades onde nasceram, o equivalente a quase 40% da população.

Ao chegar aos 60 anos de idade, 60% dos brasileiros já não vivem em suas cidades de origem.

São Paulo é o Estado que mais tem pessoas de fora – 10,5 milhões. Já em termos proporcionais, as unidades da federação com o maior contingente de "forasteiros" são o Distrito Federal, com 49,3%, e Roraima, com 45,3% da população chegando de outros Estados.

3. Analfabetismo cai, mas ainda reflete desigualdade regional

De pouco em pouco, a taxa de analfabetismo continua a cair no Brasil, e passou de 8,5% em 2013 para 8,1% no ano passado. A queda vem sendo quase constante de 2001 para cá, embora tenha permanecido no mesmo patamar entre 2011 e 2013 (quando oscilou entre 8,4% e 8,5%).

A diferença entre as regiões, porém, permanece gritante neste quesito. Enquanto no Sul e Sudeste a taxa de analfabetos é de 4,4% e 4,6%, respectivamente, no Nordeste a percentagem é de 16,6%, de longe a pior situação no país.

A medição é feita entre pessoas de 15 anos de idade ou mais, e, quanto mais velho o grupo, maior o índice. Entretanto, o analfabetismo ainda assola as novas gerações, afetando 0,9% de jovens na faixa de 15 a 19 anos e 1,4% na de 20 a 24 anos.
4. Diploma superior é privilégio de apenas 13%

Quando se avalia o nível de instrução da totalidade de brasileiros acima de 25 anos, mais de metade da população (57,5%) tem no máximo o ensino médio completo, sendo que 32% não completaram o ensino fundamental. Uma graduação universitária é privilégio de apenas 13,1% das pessoas (contra 12,6% em 2013).

Os números também chamam atenção para a necessidade de se aprimorar o ensino nas escolas públicas, que são frequentadas por 76,9% dos alunos brasileiros (contra 75,7% em 2013). Mas a frequência escolar como um todo vêm aumentando, e tem seu maior patamar entre crianças de 6 a 14 anos: 98,5% nesta faixa etária estão na escola.

Quando se contempla a população como um todo, o número médio de anos de estudo escolar é de 7,7. Aqui também há disparidades regionais: o Sudeste apresenta a maior média, de 8,4 anos, enquanto Norte e Nordeste registraram o menor tempo médio na escola, 7,2 e 6,6 anos, respectivamente.
5. Aumento brusco de 'desocupados'

O aumento dos índices de desemprego de refletiu nos resultados da PNAD já em 2014. O número de pessoas desocupadas aumentou 9,3% de 2013 para 2014, afetando um total de 7,3 milhões de brasileiros (o aumento equivale a 617 mil pessoas a mais nesta condição).

Isso ocorreu no país todo, e em especial no Sudeste, onde o aumento foi de 15,8%. O IBGE classifica como "desocupadas" pessoas que não estão empregadas, mas estão buscando trabalho.

A pesquisa indica dificuldades especialmente para jovens de 18 a 24 anos e pessoas que estão buscando o primeiro emprego, respectivamente 34,3% e 28,3% dos desocupados.
6. Trabalho infantil volta a subir

Após sete quedas sucessivas de 2005 para cá, o número de crianças trabalhando no país voltou a aumentar. Em 2014, subiu para 554 mil o número de crianças nas idades entre 5 e 13 anos que trabalham, quase 50 mil a mais que em 2013.

No Brasil, o trabalho até os 13 anos é ilegal. Setenta mil dessas crianças têm de 5 a 9 anos, um aumento de 15,5% em relação ao ano anterior. Em 2005, porém, o número de crianças em situação de trabalho infantil era quase o triplo do número atual, chegando a 1,6 milhão.

(Terra)

Domingo, 15 de novembro, 2015

14 novembro, 2015

NADA É TÃO RUIM QUE NÃO POSSA PIORAR




Sempre com maior intensidade, é esse o sentimento que domina o país:  vai ficar pior. Prevalece a máxima décadas atrás lembrada por mestre Hélio Fernandes, de que “no Brasil o dia seguinte sempre consegue ficar um pouquinho pior do que a véspera”.

A Câmara acaba de aprovar projeto anistiando todo vigarista que tenha mandado dinheiro podre para o exterior, caso se disponha a repatriá-lo. Nenhuma punição sofrerá por haver lesado a Receita Federal, muito menos em se tratando de recursos provenientes do crime, da corrupção, dos   cofres públicos ou do tráfico de drogas.

Ao mesmo tempo, mais se enrola o deputado Eduardo Cunha em seus desmentidos que apenas confirmam participação nas remessas e na movimentação de milhões de reais em contas secretas na Suíça e outros paraísos fiscais.

O presidente da Câmara mantém-se no exercício de suas funções, auxiliado pelo governo, em troca de protelar decisões sobre pedidos de impeachment da presidenta Dilma. Líderes dos partidos comprometem-se por escrito a sustentar quem os vem sustentando faz muito, através de benesses e favores variados.

O ajuste fiscal dorme nas gavetas parlamentares enquanto a crise econômica se adensa, prevalecendo apenas a redução de direitos trabalhistas, o aumento de impostos, taxas e serviços públicos, elevando-se o custo de vida e reduzindo-se o valor dos salários.  Sucedem-se as greves sem que as reivindicações das diversas categorias sejam atendidas, ao tempo em que se discute se Joaquim Levy sai e Henrique Meirelles entra, ambos preparados para impor mudanças que só prejudicarão o trabalhador, beneficiando as mesmas elites de sempre. O desemprego se multiplica sem que se tenha ouvido uma palavra, sequer, do ministro do Trabalho, ao tempo em que a recessão se amplia.

Em meio à inação do Executivo e do Legislativo, quem melhor definiu o impasse atual   foi o senador Cristovam Buarque, esta semana. Da tribuna, denunciou a impossibilidade de o país sobreviver envolto na ânsia do lucro, na ganância, na improvisação, na corrupção e na avidez do consumo.

O lucro estimula o desenvolvimento, desde que não atropelado pela ganância, que gera a improvisação e deságua na corrupção, fator a estimular o consumo desmedido. Uma cadeia de fatores cujo resultado será a desagregação nacional.  Vale aguardar o dia de amanhã para saber o que de pior vem por aí, na certeza dessa progressão ser inexorável.

(Carlos Chagas)

Sábado, 14 de novembro, 2015

08 novembro, 2015

A SAÍDA PELO INVESTIMENTO


A volta do investimento em infraestrutura seria uma excelente saída para este momento de crise aguda, frustrações, inflação em alta, recessão econômica, desemprego, queda da renda e dos salários, etc. Se conduzida com comunicação competente, licitações atraentes e regras estáveis e firmes, sem hesitações e recuos, teria força para desencadear um ambiente favorável aos negócios, capaz de dar início à retomada do crescimento econômico.

Mas a agenda de investimentos empacou, perdeu-se na falta de confiança no governo e em riscos em série (político, cambial, jurídico e institucional) que têm produzido incertezas quanto ao futuro e afastado investidores que temem perder dinheiro aplicando em projetos sujeitos à regulação do governo ou do Legislativo, que já deram inúmeras provas de instabilidade regulatória. Um governo que congelou o preço dos combustíveis por anos e baixou a tarifa de energia na marra, desestruturando a Petrobrás e a Eletrobrás, pode esperar atrair a confiança de investidores privados em petróleo e energia?

Depois de dois adiamentos, o governo se prepara para, no dia 25 de novembro, licitar 29 usinas hidrelétricas que se recusaram a renovar a concessão em 2013. Trata-se de ativos prontos e em operação, e com eles o governo espera arrecadar R$ 17 bilhões para ajudar a fechar as contas e cumprir a meta fiscal em 2015. O leilão já vai começar com dois componentes desfavoráveis: a Eletrobrás não vai participar e o BNDES não vai financiar. A Eletrobrás porque ficou descapitalizada depois da desastrada redução da tarifa em 2013 e não tem dinheiro para bancar o investimento. E, quanto ao financiamento, o presidente do BNDES, Luciano Coutinho, já avisou: “O banco tem escassez de recursos em TJLP e seu uso nobre é financiar novos investimentos produtivos, não ativos existentes”.

Para tentar atrair investidores estrangeiros, o secretário executivo do Ministério do Planejamento, Dyogo Oliveira, reuniu-se com representantes de bancos e empresas operadoras em Nova York, Frankfurt e Londres. Como de praxe, disse estar confiante no interesse dos estrangeiros no Brasil, mas fez ressalvas: “Na verdade, o sucesso desses programas de concessão depende muito dos investidores locais”, afirmou, referindo-se não só às 29 hidrelétricas, mas a portos, aeroportos, rodovias e ferrovias. O sucesso esbarra nos investidores locais, que parecem ter desaparecido: as empreiteiras, impedidas de participar, são acusadas de corrupção pela Operação Lava Jato; as enfraquecidas estatais estão mais para programas de desinvestimento, vendendo ativos, do que para novos projetos; e os bancos privados estão ressabiados com os prejuízos que tiveram ao se tornarem sócios da empresa Sete Brasil (que venderia sondas à Petrobrás), afogada no atoleiro.

De todos esses setores, o do petróleo é possivelmente o único capaz de dispensar o operador local. Evidente que ter a Petrobrás como sócia interessa aos estrangeiros, pelo grau de conhecimento que ela tem do País e das áreas de exploração de óleo. Mas, com a saúde financeira abalada, a Petrobrás está mais preocupada em faturar com a venda de seus ativos do que gastar dinheiro em novos investimentos. O que, por sinal, a afastou do último leilão. Só que as regras concebidas pessoalmente por Dilma Rousseff, quando ainda era ministra, obrigam a Petrobrás a participar de todos os leilões com mínimo de 30% do valor do investimento na área do pré-sal, a mais cobiçada, pela certeza da existência de óleo.

Ou seja, enquanto a Petrobrás não recuperar seu caixa (sabe-se lá quando!), o petróleo do pré-sal vai mofar no fundo do mar, sem gerar riqueza, renda e emprego para os brasileiros. Por pura teimosia de dona Dilma, que errou ao conceber essa regra e insiste em manter o erro. A Petrobrás deve, sim, ganhar preferência no pré-sal, por ser a única brasileira tecnologicamente preparada. Mas ela pode, se quiser, abrir mão da preferência. Inconcebível é obrigá-la a investir uma soma de dinheiro que ela não terá tão cedo e adiar indefinidamente investimentos de que o País precisa.

Por: SUELY CALDAS

Domingo, 08 de novembro, 2015