A pouco mais de um ano da corrida presidencial de 2022, o clima de campanha eleitoral já domina o Brasil, com intensa movimentação de pré-candidatos e das forças políticas que vão participar do pleito. Mesmo com muito chão pela frente, a largada foi dada antes do apito oficial, e resta saber quem terá a energia necessária para cruzar a linha de chegada na frente.
Em nenhum outro momento, desde os primórdios da redemocratização, a disputa rumo ao Planalto começou tão cedo, e o principal prejudicado parece ser o atual presidente.
Para o cientista político André Pereira César, da Hold Assessoria Legislativa, Bolsonaro “está pagando o preço pela opção que fez de não descer do palanque” após vencer as eleições de 2018.
“Quem antecipou toda essa discussão eleitoral foi o Bolsonaro, lá atrás, ainda em 2018, muito antes da pandemia. Naquela época os atores políticos ainda estavam estudando o terreno, tentando entender o novo governo. E quando o presidente fez isso, os adversários foram levados a se colocar, porque política não comporta vácuo”, disse.
De acordo com o especialista, com Lula, Doria, Ciro e outros possíveis candidatos em 2022, Bolsonaro vai encontrar um time bem mais forte do que enfrentou em 2018.
“Não só é um grupo mais pesado, como é também um time que, hoje, entende mais o jogo. Primeiro, todo mundo agora conhece Bolsonaro. O presidente não é mais novidade, e se mostrou fraco na gestão, ele é um péssimo gestor público, um péssimo homem de relacionamento com quem importa nas elites políticas e econômicas. Além disso, quem perdeu a eleição de 2018, como Ciro Gomes, não vai repetir os erros e deve fazer uma campanha muito diferente”, disse o cientista político.
A seu ver, Bolsonaro deve estar arrependido por ter antecipado a campanha eleitoral desde a posse no governo, em 1º de janeiro de 2019, bem antes da pandemia.
*Correio Braziliense
Domingo,23 de maio, 2021 ás 11:34
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