A
Copa-2014 e a seleção brasileira tomaram a maior parte do mercado de
patrocínios para 2014 e tiraram dinheiro dos clubes de futebol. Dirigentes dos
times têm relatado dificuldades para obter parceiros comerciais e preveem um
ano péssimo sob o ponto de vista de captação de receitas com suas camisas.
E
o cenário já não era positivo em 2013. Clubes como Palmeiras e Santos estão sem
anunciantes master em sua camisa, e outros têm valores reduzidos ou problemas.
A exceção são os que tiveram o apoio da Caixa Econômica Federal, que entrou
forte para tentar compensar a força de concorrente no Mundial.
Enquanto
isso, a CBF anunciou neste mês o seu 14o patrocinador com a EF Englishtown. Ou
seja, a entidade enche os cofres de dinheiro usando atletas formados pelos
clubes, que minguam sem fatias do mercado.
“É
verdade (o efeito ruim da Copa). Grande parte dos recursos está direcionado à
Copa. Já fomos conversar, mas boa parte das empresas alegou que estava
direcionada para o Mundial'', afirmou o diretor-executivo do Botafogo, Sérgio
Landau. “Ainda não fechamos nada para 2014. Se conseguirmos a manutenção, será
positivo.''
Detalhe:
o Botafogo é sério candidato à vaga na Libertadores, e negocia para ao menos
manter o Guaraviton. Com o Engenhão fechado, também não tem receitas de
parcerias com empresas no local.
“Essa
análise (de que o mercado se voltou para Copa) está correta. Tentamos encontrar
oportunidades em meio a isso. Estamos procurando concorrentes (dos anunciantes
do Mundial) para tentar amenizar. Às vezes, a empresa ainda não entrou no
mercado de marketing'', contou o diretor de marketing do Santos, Fernando Montanha.
Seu
clube vai completar um ano sem patrocinador master. Ele entende que sua
situação não é ruim porque lembrou que os parceiros em outros lugares da camisa
representam bons contratos. Ao tentar comer pelas beiradas, tenta fechar um
patrocínio principal até dezembro, demonstrando mais otimismo que os outros.
Há
oito meses sem parceiro principal, o Palmeiras também está no mesmo passo:
tenta fechar patrocínio até o final do ano. O São Paulo mantém patrocínios que
estão com problemas, como Semp Toshiba e Penalty. Oficialmente, a diretoria
são-paulina não admitiu que há questões com os atuais parceiros. O que eles
reconhecem é a dificuldade do cenário em 2014.
“Há
alguns componentes para o próximo ano: empresas estão fazendo ações com a
seleção, com a Copa, e não com os clubes'', disse o vice de marketing do São
Paulo, Júlio Casares. “O jeito é se preparar para 2015.''
Há
clubes que podem fugir à regra por conta de circunstâncias específicas. Por
exemplo, o Corinthians e Flamengo têm como parceira a Caixa Econômica. No caso
corintiano, já está fechada renovação automática até o final de 2014. No
rubro-negro, a parceria terá de ser renegociada no início de 2014.
“Temos
que ver o contexto de cada clube. Para nós, o ano de 2014 pode ser melhor.
Depende de como você analisa o estágio de cada clube'', avaliou o diretor de
marketing do Flamengo, Fred Luz. Sua análise deve-se ao fato de que o clube vem
em um processo de recuperação e aumento de receitas, com novas iniciativas de
marketing.
Considerado
todo o mercado brasileiro, os bancos dominam o cenário, com sete das 12
principais camisas do futebol brasileiro, Flamengo, Corinthians, Vasco,
Internacional, Grêmio, Cruzeiro e Atlético-MG. A Caixa, com três grandes times,
ainda se estende por uniformes importantes como Atlético-PR, Coritiba e
Vitória.
(Rodrigo Mattos)
Terça-feira, 26 de novembro 2013.
Nenhum comentário:
Postar um comentário